Oliveira foi ouvido pela Polícia Civil no fim do ano passado e disse que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, afirmou ter matado a ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, queimado o corpo e jogado em uma lagoa. À época, houve uma acareação, e as declarações foram negadas por Bola e pelo defensor dele.
Ainda segundo Oliveira, Bola tinha um plano para matar cinco pessoas envolvidas nas investigação e no processo judicial sobre a morte da ex-namorado do goleiro Bruno Fernandes. Os alvos seriam o delegado Edson Moreira, que presidiu o inquérito; a juíza do processo, Marixa Fabiane Rodrigues; o deputado Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas Gerais; o advogado Ércio Quaresma, que já defendeu o goleiro Bruno no processo; e José Arteiro Cavalcanti, que representa a família de Eliza.
De acordo com a Polícia Civil, Oliveira denunciou à Justiça que escutou uma conversa do ex-policial quando estavam na mesma unidade prisional, e o Departamento de Operações Especiais (Deoesp) foi designado para apurar o caso. O suposto esquema revelado envolvia também o goleiro Bruno e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, réus no caso Eliza. Eles negaram envolvimento.
De acordo com a Seds, o detento conseguiu fugir nesta terça-feira (17) do Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) São Cristovão, em Belo Horizonte. A unidade instaurou um procedimento interno para apurar como ocorreu a fuga. Oliveira foi encontrado em São João Evangelista, perto de Guanhães, durante a noite. A Polícia Civil informou que ele foi parado em uma blitz rodoviária, quando estava de moto, e apresentou nome falso antes de reconhecer que era foragido. Aos militares que efeturam a captura, o preso disse que escapou quando trabalhava como pedreiro na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Belo Horizonte. Ele vai ser transferido para a Penitenciária Nelson Hungria, na Região Metropolitana.
Bola vai a júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver referente ao processo sobre Eliza. Já Oliveira está detido por acusação de latrocínio.
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado. Em fevereiro de 2010, a jovem deu à luz um menino e alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe de Eliza, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão - conhecido como Macarrão -, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Dayanne, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.
Por:Raudiney Amaral
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