quarta-feira, 16 de maio de 2012

Randon fará investimentos de R$ 2,5 bilhões no Estado



MARCOS NAGELSTEIN/JC
Recursos serão aplicados nos próximos anos para ampliação das unidades de produção da empresa
Recursos serão aplicados nos próximos anos para ampliação das unidades de produção da empresa
As Empresas Randon anunciarão amanhã um plano de investimentos para os próximos anos. A solenidade está marcada para as 11h no Palácio Piratini, com presença do governador Tarso Genro. Informações detalhadas não foram divulgadas em respeito ao período de silêncio que a empresa tem de cumprir até a divulgação para o mercado por meio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas o valor ficará em torno de R$ 2,5 bilhões. No último plano quinquenal, de 2005-2009, a organização aplicou R$ 900 milhões.

O governador Tarso Genro comentou que o investimento se originou de uma exaustiva negociação entre a Randon, as agências financeiras do Estado e a Secretaria de Desenvolvimento para proporcionar a expansão de uma empresa que “é caracteristicamente nacional e gaúcha, dona de um parque de geração de emprego e de coesão social”. Destacou que o investimento é originário da política industrial gaúcha e que o governo fez um trabalho exaustivo com os técnicos, quadros dirigentes e economistas da Randon para que a negociação chegasse a bom termo.
“O Estado é parceiro deste investimento, colocando os incentivos tributários e fiscais necessários. É um aporte extraordinário; não é qualquer um que consegue”, comemorou. Segundo o governador, “este é o maior aporte individual (de um grupo), mas provavelmente não será o maior ao longo do governo”. Disse que o Estado vem fazendo outras tratativas e que os investimentos internos e externos são de média e longa maturação.

Em torno de 45% do valor total do investimento da Rando, algo perto de R$ 1,1 bilhão, deverá se concentrar no complexo fabril de Caxias do Sul, onde a organização mantém a produção de implementos rodoviários, veículos especiais e autopeças para o segmento de transporte pesado de cargas e passageiros. Nos últimos dois anos a empresa investiu R$ 438,8 milhões e, para 2012, a projeção é de R$ 400 milhões.

Outra parte deve ser direcionada à aquisição e parcerias estratégicas, dentro da política da Randon de também crescer por meio de compras. No último trimestre de 2011 anunciou dois negócios: a aquisição da Folle Indústria de Implementos Rodoviários, de Chapecó (SC), onde investirá R$ 100 milhões, entre aquisição, ampliação de capacidade e modernização, e a Freios Controil, de São Leopoldo, por meio da controlada Fras-le, pelo valor de R$ 10 milhões. Em 2008, a mesma empresa adquiriu unidade de negócios de pastilhas de freios da Haldex, nos Estados Unidos, por US$ 4 milhões.

Também não está descartada a possibilidade de a empresa anunciar o ingresso em outros nichos de mercado por meio da produção de componentes. Dentre os setores possíveis estão o marítimo, com fornecimento de peças para construção de plataformas, e o agrícola, por meio das empresas de autopeças, especializadas em freios, suspensões e eixos.

A Randon tem estimativa de receita bruta de R$ 6,1 bilhões para este ano, 5% inferior ao consolidado em 2011. Já a receita líquida de R$ 4,2 bilhões crescerá 2,5%, influenciada pelo melhor desempenho das exportações, estimadas em US$ 330 milhões. A companhia emprega, atualmente, perto de 12 mil pessoas.

Ontem, as ações da Randon Participações (PN N1), que no dia anterior fecharam em queda de 4,5%, encerraram o pregão valorizadas em 1,04%, a R$ 9,65.

A empresa fechou o primeiro trimestre de 2012 com lucro líquido de R$ 18,8 milhões, recuo de 72%. Amargem líquida caiu de 7% para 2,6%. Uma das principais causas foi a elevação dos custos de produção em 3,7 pontos percentuais, aproximando-se dos 78% da receita líquida. A receita bruta apresentou queda de 22,4% no trimestre.

O resultado está diretamente ligado à antecipação de compras de veículos comerciais no final de 2011 devido à mudança na legislação de emissões, com a introdução compulsória, a partir de janeiro deste ano, de motores dotados com a tecnologia Euro V.

Thyssen estuda vender siderúrgica no Rio

A ThyssenKrupp anunciou ontem que examina “opções estratégicas em todas as direções” para vender a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), inaugurada em junho de 2010 no distrito industrial de Santa Cruz, na zona Oeste do Rio. Segundo a multinacional alemã, as opções podem incluir a formação de parcerias ou até mesmo a venda de sua participação de 73,13% na empresa - os outros 26,87% pertencem à Vale, que não comentou o assunto.

Ao comunicar a medida para o conselho de supervisão da Thyssen, o conselho executivo atribuiu a decisão à “mudança dos parâmetros econômicos” tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde as placas de aço produzidas pela CSA são processadas. A fábrica americana também terá seu destino avaliado. A estratégia inicial da Thyssen era produzir as placas a baixo custo no Brasil e processá-las nos Estados Unidos para posterior venda no Nafta Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

De acordo com a empresa, porém, essa estratégia foi comprometida pelo aumento dos custos no Brasil e pela queda da demanda nos Estados Unidos por conta da crise econômica. “Os custos de produção no Brasil estão crescendo de forma desproporcional devido a ônus trabalhistas crescentes, efeitos inflacionários e, em particular, pela apreciação da moeda”, informou a empresa em comunicado, citando ainda a alta do preço do minério de ferro como fator preocupante.

“Ao mesmo tempo, devido à baixa demanda, provavelmente só será possível alcançar prêmios sobre o preço no mercado norte-americano, agora e no médio prazo, em setores e tipos específicos de aço”, disse a empresa.
Além do cenário global desfavorável, a siderúrgica enfrenta ainda ações na Justiça do Rio. No ano passado, a empresa e seu diretor de sustentabilidade foram denunciados pelo Ministério Público por supostos crimes ambientais que resultaram na emissão de poeira de grafite na vizinhança.

A empresa negou as acusações e afirmou que os padrões legais de qualidade do ar não foram desrespeitados. Disse ainda ter feito investimentos para melhorar o desempenho e evitar novas emissões.

Por:Raudiney Amaral

0 comentários:

brasileirão 2012

CALENDÁRIO

Search

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More